Para alguém muito especial...
Bom, por enquanto, deixei guardadas minhas poesias... Não vão empoeirar... Não, porque não estão somente no papel, mas no meu coração, e ele, bom, ele não envelhece, e se ferido, mesmo com dor, cicatriza. Se esquecido, não importa, apesar de não ter mais volta... Sabe, nem sei afinal porque quis começar a escrever agora. Talvez por dois motivos, talvez por mais de dois... Ou por nenhum, só pra esperar o filme que estou assistindo carregar... As pessoas te julgam, se você não usa o corte da moda, se você não se veste como manda o figurino da onda... As pessoas julgam, até quando você é invisível... Não são todas, crianças não julgam, elas dizem o que veem; velhinhos, não... Eles sentem, eles enxergam com o coração... Não estou dizendo então que os outros são os que julgam... Bom, antes de olhar pra frente, acho que devemos olhar pra dentro de nós mesmos... Acho engraçado, que quando menor, minha mãe sempre dizia: "Um dia você vai crescer e vai entender...", hoje, penso: "Quanto tempo vai levar pra eu crescer?...". Dessa resposta? Não sei. As dúvidas, elas sim, sempre vão continuar. E mais que isso, não vão acabar... Pode não estar fazendo sentido o que estou querendo dizer, mas na verdade, acho que o pouco do que tentei dizer antes, nunca fez sentido algum. Escolhas que fiz no passado, hoje me pesam como se fossem rochas. E se pudesse voltar atrás? E se desse pra mudar algo? Será que eu teria as mesmas pessoas que tenho hoje, do mesmo jeito? Não, não teria. Seria como um "Efeito borboleta", só que nesse caso, talvez nem saiba calcular sua dimensão... Dia desses, estava sem sono, não é raro; estava pensando nas pessoas que amo, naquela em especial e naquelas que entraram em minha vida de um jeito impressionante, e que me impressionam a cada dia, encantam mais e mais... Não são fadas ou elfos a quem me refiro, são pessoas de carne e asas, anjos que sem eles não seria... Mas talvez eu tenha me acostumado a vê-los desse jeito... Quase tão perfeitos... O tempo que tenho, não me torna egoísta, só que um pouco desatenta. Estou sempre tentando fazer coisas, resolver, entregar no prazo... E pensando, me lembro duma frase, que mesmo já tendo lido outra vez, que dizia mais ou menos assim: "Você só dá valor, quando perde." Sabe quando dá aquele aperto, aquela sensação estranha e dolorosa? Mas você não sabe definir a razão. Pareço ter até perdido o fio da meada, mas é que palavras não poderiam exprimir o que estou sentindo nesse exato momento... Poderia estar pensando que faria qualquer coisa por alguém, caso hoje acontecesse uma catástrofe apocalíptica... Faria mesmo? Eu penso que faria, mas não sei se teria forças na hora... Meu pensamento é forte, é corajoso, mas meu corpo é covarde e não encararia. Se choro, não é porque a resposta é não, na verdade, é porque nem isso nem qualquer outra coisa poderia fazer... Sabe, de uma certa forma, as pessoas são como raízes de árvores, com o tempo, elas estão bem firmes em nós, mas se não tiver cuidado, outras podem arrancá-las de nós... E dói pra caramba, dói, porque você não pode “colá-la” de volta, enterrá-la, dói como se estivesse seu coração, veias e artérias todas juntas... Perder alguém não se cura nem esquece com o tempo, mais se pensa, mais se sofre... Perder alguém é ter a sua frente, o mesmo caminho que sempre esteve ali, mas sem as companhias ao seu lado, é caminhar rumo a um caminho descrito sem objetivos... Mas mesmo assim, é sempre bom acreditar que não perdeu, que apenas a distância aumentou, ou perdeu meu endereço...
Quem sou eu? Depois de tanto tempo, ainda me perguntando, em quem me tornei? Será que mesmo ouvindo as pessoas falarem: "Não se deixe influenciar.", etc. etc. Não digo que me influenciei, cresci mais ainda com o convívio, mas não mudei, e se mudei, não percebi; ontem e hoje parecem iguais, mesmo assim, aquele medo ainda está ali, armazenado de alguma forma, bem que eu queria-o longe de mim. E foi esse medo que mudou minha vida. Estranhamente, não sei dizer o que sinto hoje com certeza. Mesmo assim sei, aqui dentro de mim, tenho a resposta, só não sei se adianta de alguma coisa revelá-la, já que o amanhã pra mim é incógnito. Então guardo-a. E olho pro teto, ainda é noite; está tão escuro que não dá pra distinguir as vigas ou telhas. Não sei que horas são, só sei que surpresa, me pego ainda pensando, e pensando na mesma pessoa, nos mesmo rostos, nos mesmos sorrisos... Eu não entendo isso, mas de uma certa forma, pra mim pode ser eterno, quem vai adivinhar em quem estou pensando e se me calar por um tempo, pode pensar que me esqueci ou que quero apagar aquele rosto de minha memória... Já te disseram pra nunca dizer nunca? A mim sim. E o estranho nasce aí, eu tenho essa pequena certeza, de que em tudo e ante todas as enormes dúvidas que me rondam, sem saber ao certo o caminho, uma direção a seguir, o céu pra olhar, uma estrela pra guiar; mas uma pequena certeza, tal qual semente, uma pessoa em quem pensar e que: NUNCA vou esquecê-la, NUNCA vou deixar de amá-la e, mesmo com tudo, com desculpas e remendos meus, eu peço que mesmo me odiando ou amando, seja lá como for, me guarde contigo, como se fosse algo que precisasse guardar, mesmo que não merecesse seus cuidados... E de novo me pergunto sem muita convicção: Quem sou eu?! E agora, aqui na frente do computador, enquanto o tempo me cede uma oportunidade pra desabafar o que estou sentindo: medo, frio, incertezas, alegria e até raiva, mas sem excessos, só pelos estresses, mas... “Um pouco de paciência...”. Eu queria apenas... Deixar minhas palavras em uma folha amassada, presas em uma garrafa, e daí, jogá-las no mar... Deixar a correnteza levar junto, esse sentimento aceso. Não posso ser melhor que ontem, se é que fui... Tento ser quem sou...Vejo nos trilhos do trem, um horizonte sem fim, e sem despontar fumaça alguma, como se ainda não fosse hora, de nada acontecer... Como se o infinito sugasse o abstrato e o concreto. O pouco que sou hoje, devo a pessoas, um só sujeito, e inúmeros predicados. Mas sou culpada por meus medos, ainda. Não se é guerreiro pela armadura, mas pela honra e coragem, mesmo não tendo armadura, sem a coragem, fico parada em meio ao vento, esperando que vire a próxima página; que não me olhe por muito tempo, e que me deixe pra trás, seja talvez esse o modo de eu me desligar de mim, como se fora você, um leitor, em frente a um livro... Vire a página, talvez lá possa ter algo que seja melhor pra você... Pra mim, pouco ou nada talvez mude... Ou... E solta, poder escolher, poder escrever tudo que queria dizer... Não falei dos motivos pelos quais comecei a escrever. Bom, o primeiro, queria dizer: Eu te amo! Pra quem? Não importa, se a pessoa sabe, então só peço que sinta e não me esqueça. Segundo: Obrigada! Por quê? Por tudo que me ensinou, pelos momentos bons, pelos conselhos, por ter me deixado acordada até tarde, por ter brigado comigo, por ter conversado, me feito rir; pela insônia, por ter acendido a luz quando tive medo, por ter me dito "olá", por ter me feito bem vinda! Terceiro: Adeus... Nem sei por que quis dizer isso... Talvez fosse melhor colocar "até logo". Mas o logo passa tão rápido, o "tchau" é um aceno na saída... O "adeus", é aquele, manso, que se desenrola bem paciente, que deixa a encargo do destino o reencontro... E mesmo que pareça uma despedida, não é... Despeço-me daquilo que deixei pra trás com saudades, mas não posso levar adiante... Mesmo assim, ainda aceno com sua partida, porque sei que o horizonte é infinito, e enquanto estiver vendo a fumaça do trem partindo, terei tudo que sempre quis... A falta que alguém poderia sentir por mim, mesmo que estivesse indo embora; então daria a razão de poder voltar, pra matar a saudade em um abraço demorado.
Não sei se o que quis passar fez algum sentido. Se não fez, não importa, foi só um texto grande, onde despejei muitas letras, com palavras desassossegadas, com parágrafos desconexos... Mas se entendeu, espero o abraço ainda na estação. Como uma promessa pra ver você voltar. E vai descer do trem, olhar em volta, perceber que o tempo passou, mas pouco mudou. Serei pontual. E antes de o apito soar já estarei ali. Meu coração bate forte, tão forte quanto agora e qualquer hora, e não vou me importar se chorar bem muito, e correr pra seus braços feito criança, quando os pais voltam de viajem. Eu sei que vou me arrepender de ter escrito tudo isso, porque fui eu mesma quem te fiz ir. Mas se dei saudades pra fazer voltar, significa que significo. Mas não apagarei uma linha do que tenho escrito, colocarei tudo que queria... E no final, só você eu teria, ali, num abraço bem apertado, pra depois, novamente te deixar seguir em frente, enquanto de novo, te vejo partir...
Findo aqui, depois de muito tempo, sem pressa, querendo deixar cada pensamento como se estivessem em uma estante, perfilados. Quis reler do começo, pela enésima vez, mas escutando Avril Lavigne, parece que é aqui mesmo que devo acabar, muitas palavras acabam confundindo até a mim... Bom, sem mais delongas, parece que estou enrolando, mas essa não era a intenção, queria escrever o que sinto e, só queria dizer, mesmo que você já saiba, já tenha essa certeza, que pra mim é muito especial, mais que isso: essencial! Você é uma amizade da qual não quero me desfazer por qualquer que seja o motivo, e se ele existir, bom, se ele existir estou acabada! Simplificando minha metáfora, amo você mais que qualquer coisa!
Lilian Holmes
Lindo...
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