mas já morrestes em mim
já não passas de poeira
mas como uma fumaça me ronda
e a todo momento renasce
em mim como um fantasma
tento afastar tua imagem
mas minha mente se povoa de ti
e assombra meus sonhos
insolente e impertinente
a me tentar a vida
e a perder minha salvação
e me condenar pela eternidade.
Soa como o último sinal
as badaladas do relógio
marcando o tempo apressado
como se fosse possível
aproveitar todos os segundos
como se eu jamais piscasse os olhos
e pudesse ver infinitamente
sem ter a minha frente
a escuridão de um piscar
e a luz volta com o abrir de um sorriso.
Disfarço, olho pra outro lado
mas você continua ali
no mesmo lugar que te encontrei
olho de novo, de relance...
já não estás mais lá
tudo volta a ser o que era
vivendo hipocritamente a cada dia
sorrindo com uma falsa alegria
não posso deixar transparecer,
os pássaros estão indo embora
no céu as nuvens escuras
preciso encontrar um lugar pra ir
pra proteger a mim e a nós.
Eu vou sair, mas vou desaparecer
não vai saber quem fui um dia
mesmo que tenha algo de mim
e eu de você um fio de cabelo,
um sorriso ou um olhar.
Não seremos mais do que lembranças pra nós mesmos
do mesmo jeito que é pra mim,
sou pra você aquilo que não fomos um dia...
e deixo de ser a cada dia o que queria ser pra você
amo e morro por mim mesma
sofrendo ilusão de ter acreditado
que era forte e podia te esquecer.
Uma paixão proibida, um amor silencioso
platônico e aberto ao olhar
secreto pra nós e os humanos
triste e choroso pra meu Pai...
Me desculpe ter feito qualquer coisa
podia ter evitado te olhar pela primeira vez
mas não poderia ter previsto aonde isso iria...
Lilian Holmes
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