e me cativou com seu jeito.
Finjo que não minto pra mim mesma,
e embrulho essa hipocrisia,
dizendo que está tudo bem.
E atrás de um sorriso sem jeito,
um aperto de mão,
ou de um abraço que te faça esquecer o mundo.
Noite e dia, fins de semana
sinto sua falta
como se tivesse há tempos comigo
e de repente fosses embora...
Minha alma é funda
tem um espaço, buraco
tensão, pressão; pesando.
E tudo que me falam,
e ouço sua voz, ou seu silêncio
é como se minha sombra
fizesse sombra em mim.
E o pouco de sol que resta
ilumina ao meu redoro brilho desse olhar
me ofusca e inebria...
mas por pouco tempo consigo fixar,
e quando chega a noite,
me deito e durmo
mas ontem ainda é hoje e amanhã não é mais agora.
Continuo estática num tempo indeterminado,
e o sujeito sou eu
não sou chuva nem anoiteço,
e de repente me torno inexistente,
pra dar lugar a neve...
Eu não consigo esquecer que eu sou eu
e sonho com tudo, tremo com os pesadelos.
E num ciclo vicioso
amanheço, entardeço, anoiteço...
Escuto, silencio-me,
esqueço, desço e desdobro, voltando,
mas afinal vou embora...
Sangue e lágrimas, suor.
Me lava, me dissipa
me extingue e despista meu caminho.
Lilian Holmes
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