Morrer tornou-se tão normal, por dias tantos correm ao encontro da morte, e parecem afoitos em sua busca, cada minuto que passa, a incerteza, morreremos ou nos matarão? Chega a noite, e os sonhos povoam-se de perseguições, incertos de abrir os olhos no outro dia, ou esse dia ou nosso último?! E ao acordar, o alívio de sobreviver a uma noite de sono insone, o dia anterior, os medos acabaram, outros renascem para lhes tomar o lugar, temos outro dia pela frente, e sempre incertos de quantos dias duraremos até a nossa última hora...
Vemos tantas mortes nos jornais, tantos acidentes, desgraças, tantas lágrimas e sangue, e cada uma daquelas pessoas que perderam o ente querido choram e nós vamos seguindo nosso dia, mesmo sabendo que a cada letra que escrevo morre uma criança, é assassinado um jovem e um idoso atropelado, seguimos disfaçando que está tudo bem, na hipocrisia de que teremos muito cuidado para não sermos atropelados por um caminhão na próxima esquina, acertados por uma bala perdida... E todos se calam ante a lei, ante a deslei que a lei se tornou e a sua cegueira extrema, que passou a ser surdez e falta de tato, tantos morrem pela própria falta de lei, e os matadores saem impunes...
A mim só resta passar o tempo que me estiver destinado,
não o tempo em que eu tiver cuidado para não morrer,
pois sei que a morte é meu Anjo da Guarda,
ela me guarda de si e me leva a si se preciso for...
Chorarei tua ida pela falta que sinto,
não pela preocupação de te perder.
Sei que todos haveremos de um dia nos encontrar.
Mas não me deixe só, como me prometeu,
disse que enxugaria minhas lágrimas,
disse que ia ficar tudo bem sem você
que sempre estaria ao meu lado,
quero acreditar que sim, sei na verdade que não
eu mesma estou pondo tudo a perder
Santa Tereza d'Ávila disse:
“Uma prova de que Deus esteja conosco não é o fato de que não venhamos a cair, mas que nos levantemos depois de cada queda”
Se caio me levantas, mas torno a cair,
ainda vais me ajudar a levantar?
Caio por força minha e não por ser puxada ou empurrada
tento firmar meus pés, mas sou humana e fraca... Amo...
Essa é a homenagem que presto a uma amiga falecida em 31 de Julho de 2004, ás 10:15, num sábado... Sinto saudades... Fostes amiga e irmã, antes e até o meu dia...
*Nisi post mortem vita - Exceto após a morte, a vida.
Lilian Holmes
Nenhum comentário:
Postar um comentário