Me chamou para ir a algum lugar
e agora vou perder parte do que foi dito em nossa ausência.
E quem sabe seja eu, o ponto de convergência,
onde se difunde o mal, ou de onde nasçam,
minhas fraquezas, meus medos, meus desesperos...
Uma porta meio aberta,
um corredor que nasce de um pixel,
e se abre como uma flor, em perspectiva
mostrando a um grau invisível aos olhos,
mas que a alma enxerga.
As nuances vivas que se fecham,
e passo por cima a todo momento.
A parede tem sua cor e é lisa
as portas, teias de aranha e formiga.
Lixo por todas as partes,
e me nego a enxergar até a pouco
que há uma maravilha ante mim.
Ainda me forço a ver que há um risco, rabiscos
não é seu rosto, são suas mãos,
e um conjunto de pontinhos, linhas
paralelas, perpendiculares e poligonais
que a minha frente se forma, tudo.
E a cada piscar, ainda está lá
como se fosse uma fotografia
uma pintura, escultura viva que segura o riso
e de repente, como se eu apertasse play,
tudo passa a se mover e surgem sons,
mas o botão replay não funciona.
Quando descubro que não sou eu quem tem o controle nas mãos
fingo, faço que entendo e me indago, cheia de dúvidas
não há botões, só uma infinidão de imagens
sobrepostas, super ou colocadas seguidas
e todas formam o que vemos
a vida e tudo que nela há
e mesmo aquelas que eu não posso ver,
e que nem faço ideia de como se formam
apenas sei que existem,
só não sei se coloridas, ou em preto e branco.
Sabe o que é engraçado? Eu vejo e sinto isso,
não sou um campo elétrico
sou apenas uma carga de prova atraída por uma força negativa.
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