Réquiem

Michael Jackson está morto, John Lennon e Elvis Presley também. Vivemos o dia-a-dia tão conturbado que perdemos a noção do mundo, da vida e da morte. A morte é sorrateira, silenciosa na sua vigília, impetuosa na hora derradeira... A morte nunca falha, ela assim como a vida, pode ser considerada perfeita, ou não?! Sublime e sombria, envolvida em mistérios, nada sabemos o que vem depois dela, a morte é como um quarto escuro, que só tomaremos conhecimento de seu interior quando nele entrarmos e acendermos a luz... Aí está o problema, todos morreremos, mas não voltaremos, e por isso nunca saberemos como é realmente o “outro lado” da vida... Só quando chegar a sua hora, a dele, fulano, beltrano, sicrano... A minha hora! É estranho falar de morte, algo que temos apenas conhecimento de como se ocorre, mas depois do corpo inerte e sem palpitações, nada mais além disso sabe-se, e então nos perguntamos: qual será o dia de minha morte, como será a sensação de morrer, de olhar ao seu redor e saber que será a última vez que verá aquele rosto, será que depois de morta poderei vir a Terra contemplar que amo?! Será que dói? O que vem depois dela, Céu, Purgatório ou inferno?! À idéia desses lugares místicos e de gozo ou sofrimento nos dá um certo desonforto. Dúvidas... Dúvidas de um enigma insolúvel, de uma fenda existente entre a vida... Medo de algo que não se sabe ao certo, nem de longe o que possa ser... Medo do que se possa encontrar do outro lado? De se sentir sugado pelo vazio...
Face... Onde se esconde a face da morte? Será ela a própria face da vida? Mas afinal, o que é vida? Qual a diferença entre viver e morrer? Antes de nascer, o que havia? Alguém se lembra? Será que pensaremos depois de morrer?
A morte não é assassina... Não é covarde, nem traiçoeira... Nem escolhe suas vítimas... É uma sombra sem forma que evitamos pensar, mas que é inevitável em seu labor... Os que se dizem poderosos são vermes perto dela, os que compram tudo com seus ricos bilhões, não lhe compram nem com míseros juros, sequer alguns segundos para escrever o testamento... Michael Jackson morreu, o Rei do Pop, e não pode evitá-la... Quantos morreram até hoje e quantos morrerão até que se extingua o homem?
E aqui findo esse comentário infindo, não tendo a capacidade de completá-lo como deveria ser, mas sendo humana, não seria capaz de decifrar tal ser "metafísico"...
“A morte não é a desgraça dos pobres... Nem o castigo dos ricos...”.

Lilian Holmes
 

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